terça-feira, 18 de março de 2008

MEU VERSO É SANGUE. VOLÚPIA ARDENTE...


Desencanto

Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca


Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira

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